domingo, 2 de junho de 2013

Simulado de literatura


 

Um dia desta semana, farto de vendavais, naufrágios, boatos, mentiras, polêmicas, farto de ver como se descompõem os homens, acionistas e diretores, importadores e industriais, farto de mim, de todos, de um tumulto sem vida, de um silêncio sem quietação, peguei de uma página de anúncios, e disse comigo:

- Eia, passemos em revistas as procuras e ofertas, caixeiros desempregados, pianos, magnésias, sabonetes, oficiais de barbeiro, casas para alugar, amas-de-leite, cobradores, coqueluche, hipotecas, professores, tosses crônicas…

E o meu espírito, estendendo e juntando as mãos e os braços, como fazem os nadadores, que caem do alto, mergulhou por uma coluna abaixo. Quando voltou à tona trazia entre os dedos esta pérola:

“Uma viúva interessante, distinta, de boa família e independente de meios, deseja encontrar por esposo um homem de meia-idade, sério, instruído, e também com meios de vida, que esteja como ela, cansado de viver só, resposta por carta ao escritório desta folha, com as iniciais M.R. … anunciando, a fim de ser procurada essa carta.”

Gentil viúva, eu não sou o homem que procuras, mas desejava ver-te, ou, quando menos, possuir o teu retrato, porque tu não és qualquer pessoa, tu vales alguma cousa mais que o comum das mulheres. Ai de quem está só! dizem as sagradas letras; mas não foi a religião que te inspirou esse anúncio. Nem motivo teológico, nem metafísico. Positivo também não, porque o positivismo é infenso às segundas núpcias. Que foi então, senão a triste, longa e aborrecida experiência? Não queres amar, estás cansada de viver só.

E a cláusula de ser esposo outro aborrecido, farto de solidão, mostra que tu não queres enganar, nem sacrificar ninguém. Ficaram desde já excluídos os sonhadores, os que amem o ministério e procurem justamente esta ocasião de comprar um bilhete na loteria da vida. Que não pedes um diálogo de amor, é claro, desde que impões a cláusula da meia-idade, zona em que as paixões arrefecem, onde as flores vão perdendo a cor purpúrea e o viço eterno. Não há de ser um náufrago, à espera de uma tábua de salvação, pois que exiges que também, possua. E há de ser instruído, para encher com as cousas do espírito as longas noites do coração, e contar (sem as mãos presas) a tomada de Constantinopla.

Viúva dos meus pecados, quem és tu que sabes tanto? O teu anúncio lembra a carta de certo capitão da guarda de Nero. Rico, interessante, aborrecido, como tu, escreveu um dia ao grave Sêneca, perguntando-lhe como se havia de curar do tédio que sentia, e explicava-se por figura: “Não é a tempestade que me aflige, é o enjôo do mar.” Viúva minha, o que tu queres realmente, não é um marido, é um remédio contra o enjôo. Vês que a travessia ainda é longa, – porque a tua idade está dentre trinta e dous e trinta e oito anos, – o mar é agitado, o navio joga muito; precisas de um preparado para matar esse mal cruel e indefinível. Não te contenta com o remédio de Sêneca, que era justamente a solidão, “a vida retirada, em que a lama acha todo o seu sossego”. Tu já provaste esse preparado; não te fez nada. Tentas outro; mas queres menos um companheiro que uma companhia.

(Machado de Assis, A Semana, 1882)

1. Em qual dos elementos abaixo se baseia a imagem mais recorrente no texto?

a) água           d) fogo

b) terra           e) sol

c) ar

2. No trecho “Ficam desde já excluídos os sonhadores…” (§6º), entende-se que os sonhadores ficam excluídos do grupo dos que:

a) têm condições de serem escolhidos.

b) desejam comprar um bilhete da loteria.

c) sacrificam os outros.

d) querem um diálogo de amor.

e) amam o mistério.

3. No trecho “… precisas de um preparado para matar esse mal cruel e indefinível.” (§7º), o “mal” é:

a) a falta de amor d) a saudade do casamento

b) o tédio da solidão e) a aproximação da velhice

c) o enjôo do mar

4. De acordo com o texto, o cronista teve desejo de ver a viúva porque:

a) ela era distinta e interessante.

b) ela possuía bens que a tornavam independente.

c) ela lhe parecia superior às outras mulheres.

d) ela estava triste e precisava de consolo.

e) ele também estava cansado de viver só.

5. De acordo com o texto, o capitão:

A. pretendia, por motivos pessoais, deixar suas funções de guarda do imperador.
B . não suportava mais a solidão das prolongadas viagens marítimas.
C. tinha a saúde abalada pelo sacudir constante do navio.
D. estava aborrecido porque tinha conflitos com seus companheiros de trabalho.
E. devia procurar a solução para seu problema dentro de si mesmo.

6. Infere-se do texto que, na opinião do cronista:

A. a viúva, tendo sido feliz no primeiro casamento, desejava retomar no segundo o ritmo daqueles dias que se haviam ido.
B. o primeiro marido da viúva fora uma pessoa séria e aborrecida, que poucas alegrias lhe dera enquanto vivo.
C. a viúva pretendia encontrar, no segundo casamento, uma vida mais cheia de aventuras e viagens emocionantes.
D. o verdadeiro objetivo da viúva era constituir uma fortuna razoável, juntando suas posses às do futuro marido.
E. a morte do primeiro marido deixara na vida de sua mulher um vazio que ela desejava preencher com outro casamento.

7. De acordo com o texto:

A. o eventual pretendente à viúva deve procurar resposta a sua carta na redação do jornal.
B. a viúva, ou alguém em seu lugar, procurará na redação a carta do eventual pretendente.
C. o jornal veiculará novo anúncio, em resposta aos eventuais pretendentes da viúva.
D. a viúva deixará na redação do jornal uma carta, em resposta ao pretendente eventualmente escolhido.
E. um novo anúncio fará saber ao eventual pretendente que a viúva oportunamente o procurará.

8. Entre os excertos abaixo, assinale aquele que o autor cria uma metáfora de “vida”:

A. … como se descompõem os homens, acionistas e diretores, importadores e industriais…
B. … o meu espírito, estendendo e juntando as mãos e os braços, como fazem os nadadores, que caem do alto, mergulhou por uma coluna abaixo.
C. … a meia-idade, zona em que as paixões arrefecem, onde as flores vão perdendo a cor purpúrea e o viço eterno.
D. … a travessia ainda é longa, o mar é agitado, o navio joga muito.
E. … o remédio é a solidão, a vida retirada, em que a alma acha todo o seu sossego.

(FUVEST) Texto para as questões 9 e 10:

Os principais problemas da agricultura brasileira referem-se muito mais à diversidade dos impactos causados pelo caráter da modernização, do que à persistência de segmentos que dela teriam ficado imunes. Se hoje existem milhões de estabelecimentos agrícolas marginalizados, isso se deve muito mais à natureza do próprio processo de modernização, do que à sua suposta falta de abrangência. (Folha de São Paulo, 13/9/94, 2-2)

79. Segundo o texto:

A. o processo de modernização deve tornar-se mais abrangente para implementar a agricultura.
B. os problemas da agricultura resultam do impacto causado pela modernização progressiva do setor.
C. os problemas da agricultura resultam da inadequação do processo de modernização do setor.
D. segmentos do setor agrícola recusam-se a adotar processos de modernização.
E. os problemas da agricultura decorrem da não-modernização de estabelecimentos agrícolas marginalizados.

10. No texto “à persistência de segmentos que dela teriam ficado imunes.”, a expressão teriam ficado exprime:

A. o desejo de que esse fato não tenha ocorrido.
B. a certeza de que a imunidade à modernização é própria de estabelecimentos agrícolas marginalizados.
C. a hipótese de que esse fato tenha ocorrido.
D. a certeza de que esse fato não ocorreu.
E. a possibilidade de a imunidade à modernização ser decorrente da persistência de certos segmentos.

GABARITO

  1. A ;
  2. A
  3. B
  4. C
  5. E
  6. E
  7. B
  8. D
  9. C
  10. C

Exercício


Atenção: As questões de números 1 a 5 baseiam-se no texto apresentado abaixo.

 

Os investimentos programados para o setor ferroviário impressionam e, se executados no prazo previsto, darão novo fôlego aos sistemas de transporte sobre trilhos de cargas e de passageiros, que nos últimos anos ficaram praticamente esquecidos dos grandes planos públicos e privados. Até 2014, poderá ser investida em ferrovias quantia bem maior do que se investiu de 2004 a 2008. Com esses recursos, o Brasil passará a fazer parte dos países que decidiram investir pesadamente nas ferrovias como forma de melhorar a circulação de mercadorias e de pessoas, de amenizar os efeitos da crise global e de gerar empregos.

Embora expressivos, sobretudo se se considerar que este é um setor carente de aplicações maciças em expansão da malha e modernização e renovação de equipamentos e de infra-estrutura, esses investimentos – mesmo que inteiramente realizados de acordo com o cronograma aprovado – não serão suficientes para recompor o sistema ferroviário que existia no país na década de 1950. A opção pelo transporte rodoviário, nos anos seguintes, fez encolher a malha.

Os investimentos previstos para os próximos anos incluem o trem-bala entre Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro. Só nesse empreendimento – que, se tudo der certo, estará

pronto até a Copa do Mundo de 2014 – serão investidos 48% do total. Também na área de transporte de passageiros estão na lista os veículos leves sobre trilhos (VLT), um tipo de metrô de superfície que vai beneficiar algumas cidades, entre elas, São Paulo, Santos, Brasília. Quanto ao transporte de cargas por trilhos, há grandes projetos, especialmente em ferrovias no

Norte e Nordeste do país.

 

(O Estado de S. Paulo, Notas & Informações, A3, 25 de setembro de 2009, com adaptações)

 

1. A leitura do texto permite afirmar corretamente que

(A) o setor ferroviário brasileiro passou a ter maior expressividade no transporte de cargas e de passageiros, por conta da crise mundial.

(B) a iniciativa privada ainda procura investir prioritariamente na malha de transporte rodoviário, de maior extensão no país.

(C) a dificuldade na obtenção de investimentos privados prejudicou a expansão da importante rede de ferrovias existente no país.

(D) os investimentos em áreas de transporte de cargas e de passageiros são meios importantes para o desenvolvimento de um país.

(E) o transporte rodoviário, ao superar a malha ferroviária, permitiu um rápido desenvolvimento das regiões brasileiras.

 

2. Identifica-se no texto

(A) crítica a uma opção desnecessária, tendo em vista a eficiência do transporte rodoviário brasileiro.

(B) desconfiança quanto à existência de recursos suficientes para a execução dos planos anunciados.

(C) preocupação em relação à aplicação de altos investimentos num tipo de transporte já abandonado no Brasil.

(D) apoio incondicional às medidas de expansão e renovação da malha ferroviária brasileira.

(E) reserva quanto à plena execução dos planos que envolvem a renovação das ferrovias no Brasil.

 

3. É correto inferir, com base na referência no 3o parágrafo à realização da Copa do Mundo, em 2014, que

(A) o tempo para a realização das obras necessárias ao transporte de passageiros é insuficiente.

(B) o trem-bala, meio de transporte rápido e eficiente, facilitaria a ligação entre cidades importantes.

(C) o planejamento dos trajetos entre cidades eventualmente procuradas pelos visitantes apresenta dificuldades.

(D) os recursos necessários para a execução de todos os projetos já previstos podem não ser suficientes.

(E) a oferta de condições para um rápido desenvolvimento das ferrovias brasileiras permanece desde 1950.

 

4-O assunto principal do texto está contido na expressão:

(A) Expansão do metrô de superfície em cidades brasileiras.

(B) Dificuldades na obtenção de recursos públicos e privados para ferrovias.

(C) Planos de reposição da extensão da malha ferroviária brasileira.

(D) Concorrência comercial entre transporte rodoviário e ferroviário no Brasil.

(E) Alterações na malha de transporte de mercadorias e de pessoas em todo o país.

 

5. – mesmo que inteiramente realizados de acordo com o cronograma aprovado –

O segmento entre os travessões tem sentido, no 2o parágrafo, de

(A) confirmação do real interesse de investidores nos projetos.

(B) condição fundamental para a realização dos planos no tempo previsto.

(C) especificação dos investimentos necessários à execução das obras.

(D) ressalva quanto às possibilidades de execução do planejamento.

(E) expectativa de realização dos procedimentos previstos na malha ferroviária.

 

 

 

quinta-feira, 2 de maio de 2013


ASSISTENCIALISMO E O BOLSA FAMÍLIA


O programa Bolsa Família tem recebido críticas à esquerda e à direita. A principal acusação é que ele seria um programa assistencialista. Na verdade o programa Bolsa Família como qualquer programa focalizado nos mais pobres é um programa de assistência social. No dicionário Aurélio o termo "assistência social" é definido como "serviço gratuito, de natureza diversa, prestado aos membros da comunidade social, atendendo as necessidades daqueles que não dispõem de recursos suficientes". Assistencialismo, que por sinal não consta no dicionário, é na verdade uma deformação na prestação da "assistência social", envolvendo troca de favores e critérios pouco claros na forma de seleção dos beneficiários. Portanto, um programa assistencialista é um programa de "assistência social" utilizado como mecanismo de troca de favores. Como a crítica ao Bolsa Família não se baseia apenas em numa crítica à forma de gestão, mas sim à própria natureza do programa, pode-se concluir que o que se questiona é a "oportunidade" de se ter um esse tipo de programa no Brasil. Nessa(s) visão(ões) crítica(s) o programa seria ruim por: 1) acomodar o pobre que não buscaria mais trabalho e ascender socialmente e 2) desperdiçar dinheiro público com assistência quando o que importa é gerar emprego e renda, única maneira de tirar a população da pobreza. Dar dinheiro aos mais pobres é uma idéia tão ruim assim? (...)

Seria o Bolsa Família uma versão moderna das arcaicas esmolas reais/imperiais? Poderia o Bolsa Família ter um efeito-preguiça generalizado entre os mais pobres de modo a prevenir não só a ascensão social das famílias beneficiárias como também atrapalhar o desenvolvimento econômico do país, ao desviar recursos de investimentos prioritários? (...)
Os dados da PNAD 2004, por sua vez, indicam que os indivíduos que moram em domicílios onde existe um beneficiário do Bolsa Família não têm uma taxa de participação no mercado de trabalho menor do que seus contrapartes em domicílios sem beneficiários, mas com renda similar. Ao contrário, a taxa de participação dos "beneficiários" tende a ser maior do que a taxa de participação dos "não-beneficiários". Esse resultado vale tanto para chefes e chefas de domicílio como para seus respectivos cônjuges. Por exemplo, entre os 10% mais pobres, a taxa de participação no mercado de trabalho dos moradores adultos (18 a 64 anos) é de 73% para domicílios com beneficiários e 67% para domicílios sem beneficiários. Essa maior participação se mantém para homens chefes (93% e 87%), homens cônjuges (84% e 81%), mulheres cônjuges (60% e 47%) e é, praticamente, igual para mulheres chefes (64,5% e 64,4%). Esse resultado é observado também para extratos um pouco menos pobres como o segundo, o terceiro e o quarto décimos da distribuição. (...)
Dados os resultados acima o que surpreende é que se tenha levado tanto tempo para descobrir uma maneira efetiva de reduzir a desigualdade e diminuir a pobreza: transferir renda (dinheiro) aos mais pobres! E esse dinheiro não é simples assistencialismo, como rotineiramente se lê de maneira pejorativa nos jornais. Trata-se, na verdade, de um programa de assistência social, cuja origem pode ser rastreada de maneira embriônica as experiências em nível local com o renda mínima de Campinas e o Bolsa Escola no Distrito Federal e que incorporou milhões de cidadãos brasileiros que estavam completamente desamparados da rede de proteção social existente no país até então, particularmente, as crianças em domicílios pobres. Uma política de proteção social é um elemento fundamental em qualquer democracia que pretenda estender a todos os benefícios do desenvolvimento econômico. Ainda há muito que fazer para aperfeiçoar o programa, mas transferir renda é uma função do Estado e o fato de estar distribuindo a favor dos pobres é uma ótima noticia, também, para o crescimento econômico.

(  Fábio Veras)

Proposta:

 

A partir da leitura do texto, produza um texto dissertativo argumentativo sobre o seguinte tema:

BOLSA-FAMÍLIA É UM EFICIENTE PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO SOCIAL OU UM OPORTUNISMO POLÍTICO?

Tema de redação


Brincadeiras bélicas?

Esta é uma pergunta que todos os pais se fazem, apavorados, no primeiro dia em que veem seu filho com uma arma de brinquedo na mão. Apresentamos aqui algumas repostas que os ajudarão a refletir sobre esta questão. Meu filho, meu pai, meu avô Sem dúvida, hoje em dia as crianças têm contato diário com imagens de violência. Basta ligar a TV ou entrar no mundo dos videogames para comprová-lo. Entretanto, as brincadeiras bélicas não são uma exclusividade dos dias atuais. Nosso pais e avôs também brincavam de guerrear. É possível que os personagens e os objetos fossem diferentes, mas estes jogos cumpriam a mesma função: imitar comportamentos agressivos de outros para expressar a própria agressividade. Função da brincadeira Convém recordar que a brincadeira exerce uma função simbólica, ou seja, permite à criança "fazer de conta" dentro de seu mundo de fantasia. Desta forma, ela experimenta comportamentos ou realidades de outras pessoas e outros mundos, reais ou imaginários. Por exemplo, o menino pode fingir ser um guerreiro medieval ou um super-herói que luta contra o mal e, depois de algum tempo, ser um ladrão que foge da polícia em um videogame. Por outro lado, a brincadeira tem o poder de fazer desaparecer, mesmo que por um instante, tudo o que perturba ou contrarie seus planos. Daí a atração que exercem os jogos de luta. No entanto, isso não significa que esta experiência formará sua vida futura. Ela terá a mesma duração da brincadeira. Vale a pena proibir? A primeira coisa a levar em conta, ao se fazer esta pergunta, é que a agressividade é própria da natureza humana. Consequentemente, ela não desaparecerá porque sua forma de expressão foi limitada. É muito comum observar crianças que não possuem brinquedos bélicos brincando com um galho de árvore como se fosse uma arma, ou inventando batalhas próprias de dos videogames. É importante considerar que as brincadeiras bélicas ajudam a criança a canalizar impulsos agressivos, evitando que se manifestem por meio de brigas com seus irmãos e colegas. Elas também contribuem para tornar mais suportável o temor diante de situações violentas do cotidiano, como roubos e sequestros, na medida em que a criança as dramatiza. Conselhos úteis O melhor é educar com o exemplo. De nada serve proibir as brincadeiras bélicas se em casa existem atitudes de falta de respeito e agressividade. É preciso ensinar a criança a resolver suas diferenças de forma pacífica, por meio do diálogo. É importante explicar a ela quais são os limites da brincadeira e que ela não deve se ferir, nem ferir os outros. Enfatize, sempre que possível, que se trata de uma brincadeira. A partir dos três anos, as crianças já sabem distinguir entre fantasia e realidade. Acima de tudo, encoraje os valores da amizade e da cooperação. Assim a criança poderá deixar em segundo plano a tendência natural à competição e à rivalidade. Na verdade, o que é preciso combater é a agressividade, não as armas que a expressam. Perguntas aos pais Se seu filho passa o dia todo brincando de guerra, é preciso refletir sobre esta atitude. - Ele não sabe como expressar seus sentimentos? - Pode estar reprimindo suas agressividade natural para agradar aos demais? - Ele dispõe de espaço e tempo suficientes para canalizar suas energias, fazendo esportes ou frequentando um parquinho? - Ele costuma presenciar discussões dentro de casa ou em outros lugares que visita? - Passa tempo demais assistindo à TV? Lembre-se, o mais importante é dialogar. À medida que fizer isso, você conhecerá melhor seu filho e saberá se ele pode estabelecer corretamente o limite entre fantasia e realidade. Por sua vez, ele se sentirá amado e ouvido, e recorrerá a você para resolver qualquer situação de conflito que o perturbe.

A partir da leitura do texto, produza uma reflexão sobre as ideias apresentadas em “brincadeiras bélicas?”

Ortografia e acentuação


QUESTÕES OBJETIVAS

           

1-(FGV) Os dois hiatos das formas verbais devem ser acentuados apenas na alternativa:

a) refluir, intuindo.                 b) construindo, destruido.                 c) caida, saiste.

d) instruido, intuir.                 e) refluira, destruindo.

 

2-(FGV) Assinale a alternativa verdadeira.

a) Nas palavras HISTÓRIA, ENQUANTO e TRANQUILO, encontramos ditongos crescentes.

b) É correta a separação silábica de BA-LEI-A, EX-CUR-SÃO, TRANS-A-MA-ZÔ-NI-CA.

c) As palavras PSEUDÔNIMO e FOTOGRAFIA têm, respectivamente dígrafo e encontro consonantal.

d) As palavras ENIGMA e SUBLINGUAL são polissílabas.

e) As palavras CHAPEUZINHO e CRISTAMENTE são proparoxítonas.

3- (FEI) Assinale a alternativa em que a palavra apresente um hiato:

a) arrogância   b) distinguia    c) mão             d) lazeira         e) transportou

4- Marque a opção em que todas as palavras apresentam um dígrafo:

a) (     ) fixo, auxílio, tóxico, exame

b) (     ) enxergar, luxo, bucho, olho

c) (     ) bicho, passo, carro, banho

d) (     ) choque, sintaxe, unha, coxa

e) (     ) Deus, luar, daí, ódio

4- Nas palavras ANJINHO, CARROCINHAS, NOSSA e RECOLHENDO, podemos destacar a seguinte quantidade de fonemas:

a) (     ) três, quatro, dois, quatro                   b) (     ) cinco, nove, quatro, oito

c) (     ) seis, dez, cinco, nove                        d) (     ) três, seis, dois, cinco

e) (     ) sete, onze, cinco, dez

 

5- Assinale a alternativa em que todas as palavras têm uma sílaba com som de /zê/:

a) peso - quinze - exame - luxo - zelo

b) esposo - confuso - êxito - passeio

c) treze - missa - mesa - casebre

d) exato - exílio - pose - cozer - frase

e) curioso - exercício - massa – casa

6-(UFSM) Assinale verdadeira (V) ou falsa (F) em cada uma das afirmações relacionadas à análise fonológica e gráfica do segmento a seguir.

 

"Ele é especialmente sensível sobre seu excesso de peso. "

 

(     ) O fonema /s/ está representado pelas letras (s), (c) e dois dígrafos, ao passo que o fonema /z/ está representado apenas pela letra (s).

(     ) A letra (n) junta-se ao (e) formando um dígrafo para representar a vogal nasal.

(     ) As palavras "sobre" e "seu" apresentam, respectivamente, um encontro consonantal e um ditongo decrescente.

A seqüência correta é

a) V - F - F.     b) F - V - V.    c) F - F - F.     d) V - V - V.   e) V - F - V.

 7-(UFSM) A palavra SANGUESSUGA possui 11 letras, 8 fonemas e 3 dígrafos; DEMOCRACIA tem 10 letras, 1 encontro consonantal e 1 hiato. Relacione as duas colunas a seguir e depois assinale a alternativa com a seqüência correta.

 

1. república; 2. Hábito; 3. Reeleição; 4. Candidatos; 5. Corrupção; 6. excessivo

 

(     ) 9 fonemas, 1 dígrafo

(     ) 7 fonemas, 2 dígrafos

(     ) 8 fonemas, 1 dígrafo, 1 encontro consonantal

(     ) 9 fonemas, 1 encontro consonantal

(     ) 9 fonemas, 2 ditongos, 1 hiato

(     ) 5 fonemas

 

a) 6 - 4 - 1 - 5 - 3 – 2              b) 2 - 4 - 5 - 6 - 3 – 1              c) 5 - 1 - 6 - 4 - 2 - 3

d) 4 - 6 - 5 - 1 - 3 – 2              e) 3 - 5 - 2 - 6 - 4 – 1

8- Assinale a alternativa em que todas as palavras são oxítonas:

a) pavor - caju – situação       b) olé - item – também           c) criança - porém - alfinete

d) sílaba - começou – redonda           e) criança - purê – após

 

9- Assinale a alternativa em que todas as palavras são paroxítonas:

a) caju - menino – compravam           b) sozinho - Brasil - levemente

c) órfão - órgão – menos        d) irmão - triângulo - Inglaterra

e) damasco - válido – miúdo

sábado, 27 de abril de 2013

Tema de redação

Um vídeo no Facebook de uma mulher sendo decapitada saiu do ar após causar polêmica na rede social na sexta-feira (26). As imagens publicadas por um usuário estavam disponíveis no Facebook, embora fossem explícitas. Antes, a rede social afirmava que o conteúdo não poderia ser removido porque ele "não violava os padrões de comunidade do Facebook".
Agora, mesmo com pessoas ainda compartilhando o vídeo no Facebook, ao denunciar as imagens na rede social, o usuário recebe a mensagem de que o vídeo foi analisado e que viola os padrões de comunidade do Facebook em violência gráfica. "Analisamos o vídeo denunciado. Como ele viola nossos Padrões de comunidade em violência gráfica, incluindo sinais de danos a alguém ou a algo, ameaçadas à segurança pública ou roubo e vandalismo, foi removido. Informaremos (...) de que o vídeo dele foi removido, mas não divulgaremos quem o denunciou. O Facebook nunca divulga o nome de quem enviar uma denúncia”, diz a mensagem.

No primeiro momento, a rede social havia dito que as pessoas que comentam e compartilham o vídeo estavam fazendo isso "para condená-lo" e que, por isso, não poderia removê-lo. “Embora o vídeo seja chocante, nossa postura está fundamentada na preservação dos direitos das pessoas de descrever, representar e comentar sobre o mundo em que vivem", disse a empresa na sexta-feira (26).

O G1 entrou em contato com o Facebook no Brasil neste sábado (27), mas ainda não teve retorno. O vídeo publicado por um usuário da rede social, aparentemente mexicano, mostra uma mulher sendo decapitada por supostos integrantes de uma gangue mexicana.
O que pode e o que não pode
Segundo os termos de direito e responsabilidades do Facebook, a rede social está autorizada a remover qualquer conteúdo que infrinja os direitos autorais de alguém. Os usuários estão proibidos ainda de publicar conteúdo que "contenha discurso de ódio, seja ameaçador ou pornográfico; incite violência; ou contenha nudez ou violência gráfica ou desnecessária".
É vedado também aos usuários publicarem conteúdo que "infrinja ou viole os direitos alheios ou a lei", informações financeiras confidenciais de ninguém no Facebook e que contenham quaisquer atos ilegais, equivocados, maliciosos ou discriminatórios.( fonte:www.g1.globo.com)

A partir dessa polêmica, produza um texto dissertativo-argumentativo sobre o seguinte tema:
QUAIS SÃO OS LIMITES DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO?

O parágrafo


PARÁGRAFO

O parágrafo é uma estrutura superior à frase a qual desenvolve, eficazmente, uma única idéia núcleo. Apesar disso o parágrafo não deve ser uma camisa de força do texto. Com um pouco de atenção e aprimoramento da percepção, todos nós somos capazes de perceber o momento em que devemos fazer a transição entre um parágrafo e outro. As informações, dadas neste estudo dirigido, devem ser consideradas, portanto, apenas como balizas de orientação e não receitas prontas a serem seguidas ao pé da letra.

INÍCIO DE PARÁGRAFO

Garcia, em seu livro “Comunicação em prosa moderna” propõe, com base naquilo que chamamos de parágrafo padrão, uma série de inícios de parágrafos que ele denomina de tópicos frasais. Iremos utilizar a expressão tópico de parágrafo, uma vez que existem termos colocados em inícios de sentenças, que se chamam tópicos de frase ou tópicos frasais.

Declaração inicial

Geralmente, este tipo de tópico ocorre em comentários ou análises. Com o próprio nome indica, trata-se de iniciar o parágrafo, fazendo uma declaração, como no exemplo a seguir:
O hábito de correr, benéfico para o coração, os pulmões e a manutenção da forma física, também origina sérios problemas, principalmente, ortopédicos.

Alusão histórica 

Trata-se de iniciar um parágrafo, fazendo alusão a um fato acontecido, real ou fictício. Temos, assim, a presença da narração. Vamos a um exemplo:
Em algum dia, perdido na noite dos tempos, há cerca de seis mil anos, o homem lançou seu primeiro barco na água, e, flutuando, movimentou-se pela primeira vez fora de terra firme.

Interrogação 


A idéia núcleo do parágrafo é colocada por intermédio de uma pergunta. Seu desenvolvimento é feito por intermédio da confecção de uma resposta à pergunta. Como exemplo:
De que maneira uma nação pode conciliar seu desenvolvimento com uma pesada dívida externa?
(...)

Omissão de dados identificadores. 

Esse tópico visa a criar um certo suspense no leitor, por intermédio da ocultação de elementos que somente aparecerão no desenvolvimento do parágrafo. Vejamos um exemplo:
De uns tempos para cá, tem surgido um elemento novo no cenário político nacional. Extremamente movediço, ele sempre aparece onde não se espera. Se o espreitamos, ele se esconde, em hibernação cautelosa.

DESENVOLVIMENTO DO PARÁGRAFO

O desenvolvimento do parágrafo dependerá, obviamente, da macroestrutura do texto.
Ocupe o primeiro com as informações mais importantes do texto, respondendo ao maior número das perguntas quê? quem? onde? quando? como? por quê?
- Ordene o restante de acordo com a importância dos pormenores,
- Use parágrafos curtos,
- Conserve a ordem direta. Na medida do possível,
- Empregue com correção artigos, demonstrativos e possessivos.

PROCURE EVITAR:

a repetição desnecessária de palavras. Principalmente não comece períodos ou parágrafos com a mesma palavra,
palavras chulas, e expressões de gíria não incorporadas à linguagem geral, também termos rebuscados;
o excesso de advérbios terminados em -mente;
o clichê - fórmulas e expressões generalizadas (a tarde morria silenciosa, não resistindo aos padecimentos...)
o excesso ou emprego errado da palavra “quê”;

O QUE É BOM


A linguagem deve ser fluida e livre de tentativas "literárias" em lugar impróprio e das excessivas repetições de fórmulas prontas e antiquadas.
É claro que uma notícia é uma notícia e uma redação é uma redação. Cada qual tem desenvolvimento diferente. Mas a finalidade é a mesma: informar e orientar com rapidez e correção. O espírito deve ser o mesmo.
O que é bom para a notícia é bom para uma redação.

TIPOS DE DESENVOLVIMENTO

Há certos tipos de desenvolvimento mais adequados ao texto argumentativo. Outros, ao discurso narrativo. Irei exemplificar algumas possibilidades de desenvolvimento do parágrafo, a partir de um único tópico, o seguinte:
A vida nas grandes cidades aumenta os índices de doenças do coração.

DESENVOLVIMENTO POR DETALHES

A vida nas grandes cidades aumenta os índices de doenças do coração. O tráfego intenso, os ruídos excessivos, as preocupações geradas pela pressa, o almoço corrido, o horário de entrar no trabalho, tudo isso abala as pessoas, produzindo o estresse que provoca os males cardíacos.

DESENVOLVIMENTO POR DEFINIÇÃO

A vida nas grandes cidades aumenta os índices de doenças do coração. O tipo de vida em questão é aquela agitada em que o indivíduo não tem tempo para cuidar de si próprio, que fica a mercê dos compromissos e do tempo exíguo para cumpri-los. Entre as doenças cardíacas a mais comum é a que ataca as artérias coronárias, assim chamadas porque envolvem o coração como uma coroa, para irrigá-lo em toda a sua extensão.

DESENVOLVIMENTO POR EXEMPLO ESPECÍFICO


A vida nas grandes cidades aumenta os índices de doenças do coração. Imaginemos um chefe de família que deixa sua casa, à 6h e 30 da manhã. Logo de início, tem de enfrentar a fila da condução. A angústia da demora: será que vem ou não vem o ônibus? Finalmente, vem. Superlotado. Sobe ele aos trancos, e logo enfrenta a roleta. – Troco?- Não tem troco para cem. – Espera um pouco para poder ir à frente. Finalmente, o ponto de descida. O relógio de ponto. Em cima da hora. Nesse momento o relógio do coração do nosso amigo já passou do ponto. Está acelerado. Suas coronárias sofrem o impacto do estresse e entram em débito de fluxo sanguíneo.

Figuras de linguagem


 

TD DE LITERATURA

01-(VUNESP) No trecho: "...dão um jeito de mudar o mínimo para continuar mandando o máximo", a figura de linguagem presente é chamada:

a) metáfora
b) hipérbole
c) hipérbato
d) anáfora
e) antítese


02. (PUC - SP) Nos trechos: "O pavão é um arco-íris de plumas" e "...de tudo que ele suscita e esplende e estremece e delira..." enquanto procedimento estilístico, temos, respectivamente as figuras de linguagem:

a) metáfora e polissíndeto;
b) comparação e repetição;
c) metonímia e aliteração;
d) hipérbole e metáfora;
e) anáfora e metáfora.


03.  (PUC - SP) Nos trechos: "...nem um dos autores nacionais ou nacionalizados de oitenta pra lá faltava nas estantes do major" e "...o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja" encontramos, respectivamente, as seguintes figuras de linguagem:

a) prosopopéia e hipérbole;
b) hipérbole e metonímia;
c) perífrase e hipérbole;
d) metonímia e eufemismo;
e) metonímia e prosopopéia.


04. (VUNESP) Na frase: "O pessoal estão exagerando, me disse ontem um camelô", encontramos a figura de linguagem chamada:

a) silepse de pessoa
b) elipse
c) anacoluto
d) hipérbole
e) silepse de número


05. (ITA) Em qual das opções há erro de identificação das figuras?

a) "Um dia hei de ir embora / Adormecer no derradeiro sono." (eufemismo)
b) "A neblina, roçando o chão, cicia, em prece. (prosopopéia)
c) Já não são tão frequentes os passeios noturnos na violenta Rio de Janeiro. (silepse de número)
d) "E fria, fluente, frouxa claridade / Flutua..." (aliteração)
e) "Oh sonora audição colorida do aroma." (sinestesia)




 

 

 

Gabarito:

1-     E

2-     A

3-     E

4-     E

5-     C