sexta-feira, 12 de abril de 2013

Exerícios de organização textual com gabarito


EXERCÍCIO:

Abaixo serão apresentados vários parágrafos dissertativos/ argumentativos, organize-os de forma coerente e coesa.

 

Exemplo 1 - "CINEMA NOVO

 [    ] O movimento durou aproximadamente 20 anos, de 1955 a 1975, e foi marcado por nomes como Nelson Pereira dos Santos, Ruy Guerra, Paulo Cesar Seraceni, Luis Sérgio Person, Joaquim Pedro de Andrade e o próprio Glauber Rocha. Sua contribuição foi marcante não somente no campo do cinema. O Cinema Novo influenciou a sensibilidade de gerações e ajudou a mudar a forma como nos percebemos como povo e nação."

[    ] No Brasil, na década de 50, a produção cinematográfica estava dividida em dois pólos: de um lado, as chanchadas, voltadas para um público popular; de outro, as produções dos Estúdios Vera Cruz, que procuravam emular o cinema de qualidade europeu e os melodramas norte-americanos. O Cinema Novo marcou a descoberta, por parte da elite cultural do país, de uma nova força cultural para exprimir suas inquietações políticas, estéticas e  antropológicas (Bernardet, 1991: 101). Além de encontrar uma faixa de público no Brasil, o Cinema Novo conseguiu alguma repercussão na Europa, o que aumentou sua legitimação interna.

 [   ] A origem do Cinema Novo brasileiro pode ser associada a outro cinema novo: o Neo-Realismo italiano. Fecundado durante a Segunda Guerra Mundial e apresentado ao público no pós-guerra, o Neo-Realismo contrapunha aos melodramas e superproduções bíblicas, então dominantes, um novo jeito de fazer cinema, com produções mais simples e acentuada preocupação com temáticas sociais. Os cineastas do Neo-Realismo voltaram-se principalmente para o dia a dia dos trabalhadores urbanos e rurais italianos. Embora tenha tido vida curta e não tenha atingido grande sucesso de público, o Neo-Realismo foi um movimento extremamente influente.

[    ] Cinco características fizeram o Cinema Novo: uma preocupação fundamental em pensar o Brasil; um ideal de fazer um cinema que levasse o público a refletir sobre as questões sociais; o desenvolvimento de uma linguagem cinematográfica própria; a prática de um cinema de autor; e produções simples e orçamentos relativamente baixos.

 [   ] Se existe um cinema no Brasil que, por excelência, reflete nossa natureza e experiência como povo e nação, esse é o Cinema Novo. O Cinema Novo nasceu em 1955 com Rio 40 Graus, de Nelson Pereira dos Santos. Glauber Rocha nasceu a 14 de março de 1938, em Vitória da Conquista, para ser um de seus principais criadores e teóricos.

Gabarito: 5-3-2-4-1

Exemplo 2

[   ] Se o carnaval 2005 não acontecer, ninguém perde com isso. Ao contrário, ganha a vida, o bom senso e principalmente a ordem pública.

 

[   ] Mas, se o carnaval causa tantos prejuízos assim, por que ser defendido tão apaixonadamente pelas pessoas? (...)

[   ] No carnaval, o índice de pessoas contaminadas com o vírus da Aids aumenta em 45%, sem se falar de outras doenças sexualmente transmissíveis que proliferam. Milhares de gravidezes sem compromisso se consumam para serem encerradas em clínicas de aborto. É também no carnaval que milhares de pessoas perdem suas vidas, vítimas do uso de variados tipos de drogas, como o álcool, gerador de imprudências no trânsito, de intolerâncias, de brigas, de violência e de morte.

[   ] Analisando pelo prisma antropológico à luz de Roberto da Matta, poderíamos supor que o Carnaval é uma manifestação cultural que liberta o homem e, por isso, deve a todo custo ser preservada. Mas há outras vertentes a serem analisadas.

[   ] Recentemente, durante uma pesquisa num centro de saúde, por contingência acadêmica, descobri que no mês de novembro são registrados os maiores índices de gravidez na adolescência. A explicação pode ser encontrada nove meses antes, durante o Carnaval. Nessa época, vigora o discurso (medíocre, aliás) da permissividade. No Carnaval, segundo dizem, tudo é permitido. E seduzidas por esse discurso, meninas se entregam a homens que nunca viram e por quem nada sentem. 

Gabarito: 5-4-3-1-2 .

TEXTO 3 - KANT, MARX E OS SIMPSONS (A lição dos imbecis)

                                                                                              Nirlando Beirão

Quando se tenta analisar o balbuciante Bart, bad boy de comédia, pateta sem escrúpulos, é Nietzsche quem lhe vem ao encalço. Nietzsche falou na "comédia da existência" - em que a maldade é tão premeditada que vontade e representação se desencontram. Até em sua maldade visceral, Bart é ingênuo e crédulo.(    )

Aristóteles, por sua vez, entende muito de Homer, o pater familias, "clássico exemplo de um bobão antiintelectual", enquanto Marge, a mãe, é um prato feito para Kant, em sua honestidade, bom senso e pragmatismo deitados sobre o mundo empírico de reações imediatas em que prevalece a autonegação, incorrigível que é Marge na ânsia de servir mais aos outros do que a si mesma. (     )

Somos nós, os Simpsons - e os Simpsons somos nós. No non sense de sua cacofonia absurda - há quem diga: surreal -, eles estão sempre exprimindo, nas entrelinhas, a melhor lição desse acelerado, ensurdecedor mundo globalizado: se a mediocridade pode ser silenciosa, a cretinice é sempre espalhafatosa. (    )

É pura filosofia, aquela família tão certinha e tão disfuncional. Tanto que há quem venha interpretar suas neuras e seus insights à luz de Schopenhauer, Marx, Heidegger, Miguel de Unamuno e Roland Barthes (Os Simpsons e a Filosofia, de Aeon Skoble, Mark Conard e William Irwin, editado no Brasil pela Madras).(     )

 

E Lisa, a filha ginasiana? Naquele retrato multicolorido do antiintelectualismo americano que é Springfield e que são os Simpsons, ela vive em preto e branco seu isolamento afetivo, encastelada em dilemas socráticos. Lisa deixa, assim, todo mundo perplexo: afinal, é para rir dela ou para admirá-Ia?(     )

GABARITO: 3-4-1-2-5.

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

Língua para inglês ver

                A incorporação da língua inglesa aos idiomas nativos dos mais diversos países não é novidade. Traduz, no âmbito da linguagem, uma hegemonia que os Estados Unidos consolidaram desde a década de 50. Com a globalização e o encurtamento das distâncias entre as nações obtido pelo avanço dos meios de comunicação, a contaminação das demais línguas pelo inglês ficou ainda mais patente.O fenômeno não é em si mesmo nocivo.  Pode até enriquecer um idioma ao permitir que se incorporem informações vindas de fora que ainda não têm correspondência local.  A Internet é um exemplo nesse sentido.Outra coisa, porém, bem diferente, é o uso gratuito de palavras em inglês como o que se verifica hoje no Brasil.  A não ser pela vocação novidadeira - e caipira - de quem se deslumbra diante de qualquer coisa que o aproxima do "estrangeiro", não há nenhuma razão para que se diga "sale" no lugar de liquidação, ou qualquer motivo para falar "off" em vez de desconto. Tais anomalias são um dos sintomas do subdesenvolvimento e exprimem, no seu ridículo involuntário, a mentalidade de quem confunde modernidade com uma temporada em Miami.             Um país como a Alemanha, menos vulnerável à influência da colonização da língua inglesa, discute hoje uma reforma ortográfica para "germanizar" expressões estrangeiras, o que já é regra na França.  O risco de se cair no nacionalismo tosco e na xenofobia é evidente.Não é preciso, porém, agir como Policarpo Quaresma, personagem de Lima Barreto, que queria transformar o tupi em língua oficial do Brasil para recuperar o instinto de nacionalidade. No Brasil de hoje já seria um avanço se as pessoas passassem a usar, entre outros exemplos, a palavra "entrega" em vez de "delivery".

GABARITO:A incorporação da língua inglesa ... mais patente./O fenômeno ...nesse sentido./Outra coisa, ... em Miami./ Um país como a Alemanha, ...é evidente./ Não é preciso, ...em vez de "delivery".

 

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