Apesar de o trote ser proibido no
Estado do Rio, alunos de universidades públicas e particulares não apenas
ignoram a legislação, como também contratam uma empresa que os ajuda a
organizar os trotes. No início deste mês, estudantes do curso de Medicina da
UFRJ realizaram um trote dentro do campus na Ilha do Fundão, com o patrocínio
de uma cervejaria. O evento se tornou alvo de uma investigação da diretoria da
Federal.
Fotos postadas no Facebook da empresa TGF eventos, que ajudou a organizar o trote, permitem conferir um pouco do que aconteceu. No álbum “Trote solidário Med UFRJ”, 95 imagens mostram os calouros carregando placas com identificações depreciativas como “viadinho tatuado”, “chifruda” e “filha do demo”. Outras placas com conotação sexual de mais baixo nível sequer podem ser publicadas. Os alunos também podem ser vistos imersos dentro de uma piscina com um líquido avermelhado. Depois de ser informada pelo GLOBO sobre os fatos, a direção da Faculdade de Medicina informou que abriu uma investigação para apurar o ocorrido.
Fotos postadas no Facebook da empresa TGF eventos, que ajudou a organizar o trote, permitem conferir um pouco do que aconteceu. No álbum “Trote solidário Med UFRJ”, 95 imagens mostram os calouros carregando placas com identificações depreciativas como “viadinho tatuado”, “chifruda” e “filha do demo”. Outras placas com conotação sexual de mais baixo nível sequer podem ser publicadas. Os alunos também podem ser vistos imersos dentro de uma piscina com um líquido avermelhado. Depois de ser informada pelo GLOBO sobre os fatos, a direção da Faculdade de Medicina informou que abriu uma investigação para apurar o ocorrido.
Empresa conhecida no mercado
universitário do Rio, a TGF eventos é uma agência de comunicação, mas também
atua como promotora de eventos. De acordo com o diretor da empresa, Thiago
Goes, centros acadêmicos de mais de 70 cursos procuram a empresa para fechar
parcerias na realização de festas. Entre elas, o trote. A agência informa que,
neste caso, as brincadeiras ficam totalmente a cargo dos alunos, enquanto a TGF
é responsável pelo fornecimento de material como camisetas, canecas e o contato
com possíveis patrocinadores.
— A TGF consegue as marcas para
fazer camisas, canecas e patrocinadores para financiar desde tinta até brindes.
A gente também produz toda a parte de bar, com atendentes, e garante que tudo
fique organizado. As brincadeiras são do centro acadêmico. Mas não pode ter
nada violento, nem que desrespeite ninguém. Antigamente, as meninas simulavam
sexo, mas hoje não tem nada de obsceno — diz Goes, ao ser questionado sobre as
fotos.
De acordo com Froes, os
estudantes que mais contratam festas são os alunos dos cursos de Administração,
Direito e Medicina de universidades como PUC-Rio, UFRJ, IBMEC, UERJ , Cândido
Mendes, Facha, ESPM e Gama Filho. Os custos variam. No caso dos trotes, os
preços começam em R$ 3 mil, mas outras festas maiores e mais elaboradas como as
chopadas podem passar de R$ 50 mil.
Froes explica ainda que todos os
anos monta calendários de eventos com representantes dos centros acadêmicos. Em
geral, são fechados contratos prevendo atividades para o ano inteiro em um
pacote com um custo promocional. Por ano, chegam a ser produzidas 300 festas
com mais de 70 diretórios acadêmicos, patrocinados e apoiados por mais de 10
grandes marcas. Segundo a TGF, as faculdades são informadas da realização das
festas no campus.
— Os departamentos são informados
para ajudar a fiscalizar — conta. — A gente respeita a tradição, faz para todo
mundo ficar bem satisfeito, desde os calouros até para quem contratou a gente.
Entretanto, ao tomar conhecimento
das imagens, o diretor da Faculdade de Medicina, Roberto de Andrade Medronho,
decidiu abrir uma sindicância para apurar o ocorrido, identificar alunos
responsáveis e tomar as providências com base no Código Disciplinar da UFRJ. A
faculdade informou ainda que não deu permissão para a realização do trote.
“O diretor da Faculdade de
Medicina manifestou repúdio quanto à natureza dos atos e indignação,
principalmente por identificar a presença de estudantes 'uniformizados' como
integrantes do grupo intitulado 'Esquadrão de Bombas UFRJ', organização cujas
atividades já tinham sido banidas da unidade, através de resolução da
Congregação da Faculdade de Medicina”, informou a instituição, por meio de
nota. O GLOBO tentou contato com os estudantes que participaram do trote, mas
ainda não conseguiu localizá-los.(www.oglobo.com)
A partir da leitura do texto, faça
a seguinte reflexão: Há limites morais ao se fazer o trote universitário ou
vale-tudo?
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